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Arquitetos: Brick&Cube Architects
- Área: 420 m²
- Ano: 2023
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Fotografias:Ming Shen, Chenlong Wang
Descrição enviada pela equipe de projeto. Os proprietários são um casal de meia-idade que trabalha na área urbana de Pequim. Em 2022, eles alugaram duas casas pequenas perto do desfiladeiro Jingdong em Pinggu, um subúrbio da cidade, e desejavam transformá-las em uma pousada aconchegante e pastoral. Na conversa com a proprietária, fiquei profundamente impressionado com o "Fruit of Life" que ela mencionou, um documentário japonês sobre as três refeições e as quatro estações de dois casais. Embora não tenhamos ido ao local, já tivemos uma visão geral do projeto por meio da comunicação inicial. Ao chegar ao local pela primeira vez, fui atraído pela montanha e pelo ambiente natural circundante. No entanto, a situação da edificação original não era a ideal. As duas casas estavam localizadas na extremidade da via, de costas para a montanha, e os espaços internos e o pátio completamente expostos a visão das pessoas quando descem a montanha. Os volumes formam uma típica casa rural autoconstruída do norte, e a aparência e a disposição funcional são muito rústicas e simples. Comunicar-se com a paisagem circundante, criar espaços internos e externos ricos e gerar uma atmosfera pastoral confortável e natural se tornou o foco do projeto de renovação.
Intervenção geométrica. Devido ao pequeno espaço interno e ao inverno frio no norte, o pátio original pode ser incorporado ao interior para resolver os problemas de isolamento do frio, circulação e aumento do espaço interno. O frontão leste da casa é a fachada principal vista ao subir a colina, e os triângulos são facilmente reconhecíveis na sua geometria e possuem grande impacto visual. O telhado inclinado também evita a pressão visual causada pelo grande volume vertical, enquanto o volume retangular da casa pequena serve como plano de fundo. Além de considerar fatores visuais e psicológicos, também esperamos criar um diálogo com a arquitetura tradicional chinesa. A composição clássica de três estágios: telhado, parede e base da arquitetura antiga chinesa também resolve as necessidades funcionais do projeto lidando com a diferença de altura da entrada, o fechamento interno, a iluminação e as vistas.
Espaço de entrada. O portão original foi instalado diretamente adjacente a rua, mas a nova proposta rotaciona a direção da entrada verticalmente e a insere no interior do volume, formando um espaço de entrada triangular e retangular de acordo com a forma externa da edificação, que não apenas tem a função prática da cobertura, mas também fortalece a orientação espacial da entrada.
Caixa iluminada. Mesmo no verão, o sol se põe cedo nas montanhas, e toda a vila fica escura. À noite, as luzes internas iluminam os prédios e as ruas, e as caixas de vidro iluminadas servem como "faróis" para visitantes e transeuntes.
Paisagem visual. Há um pequeno jardim no lado sul da estrada, e o proprietário espera transformá-lo em um serviço de apoio para pousadas posteriormente. A plataforma saliente do telhado inclinado encurta a distância de visualização da montanha oposta e também se torna uma plataforma para diálogo no futuro. Antes da renovação, o telhado original não podia ser preenchido, por isso, projetamos uma escada externa na lacuna entre as duas casas para evitar a ocupação do espaço interno, mas também para fornecer aos visitantes perspectivas e sensações espaciais diferentes da vista da montanha.
Espaço interno. O espaço coberto pelo telhado inclinado tem mais possibilidades de apropriação. Por meio do redesenho da elevação e da organização da linha de fluxo, a escada original foi preservada, e a parte inferior da escada gerou um rico espaço de atividades. Queremos redefinir os espaços de transição, como escadas e corredores, que são atributos de circulação, e transformá-los nos protagonistas da arquitetura. O corredor não é apenas um canal de ligação entre o interior e o exterior, mas também desempenha um papel-chave na divisão do espaço e na modelagem externa do volume. Escadas, corredores e elevações em constante mudança aparecem em uma cena, lembrando o trabalho de Escher, onde diferentes espaços e perspectivas convergem.
Ao projetar os espaços internos, não usamos ou selecionamos nenhum material especial. A base é o uso da madeira, um material natural, e a intenção é refletir relaxamento, conforto e um certo senso de qualidade com o uso de madeira comum, mas de alta qualidade.
O vocabulário arquitetônico da estrutura, vidro e guarda-corpo se torna parte dos elementos internos, e os ambientes possuem mais significado arquitetônico após a transformação, esfumaçando a fronteira entre o interior e o exterior. Os quartos dos hóspedes não apresentam um desenho decorativo exagerado, mas de acordo com a situação atual da casa original, incorporam elementos funcionais de vida e lazer. O projeto, ao mesmo tempo, alia às necessidades de gestão e apresenta uma construção, uma essência e uma forma espacial única.